quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Crenarqueotas

Recordistas  de resistência às altas temperaturas, estes microrganismos vivem um pouco por todo o lado.

     Os Crenarqueotas (Crenarchaeota) são um dos dois principais grupos de Arqueotas. Incluem-se aqui microrganismos procariontes com células de tamanhos variados, desde cocos com um diâmetro inferior a 1 μm até filamentos com mais de 100 μm (0,1 mm). A forma das células é também muito diversa: cocos (Staphylothermus), células lobuladas (Sulfolobus), discos (Thermodiscus), filamentos (Thermofilum) e bacinetes (Thermoproteus, Pyrobaculum). A maioria das espécies move-se com auxílio de flagelos. Alguns são seres autotróficos, produzindo matéria orgânica a partir da oxidação de substâncias inorgânicas como o enxofre. Outros são seres heterotróficos que crescem sobre substratos orgânicos e os degradam na presença ou na ausência de oxigénio. Por exemplo, Sulfolobus, habitante comum de nascentes hidrotermais, aí prospera aerobicamente à custa da degradação de açucares.

Sulfolobus solfataricus, um crenarqueota  descoberto 
numa nascente hidrotermal perto de Nápoles.

     A característica mais conhecida  destes microorganismos é, no entanto, a sua qualidade de seres hipertermófilos, o que significa que proliferam em condições de temperatura capazes de matar instantaneamente a maior parte dos outros seres vivos.  Assim, a temperatura óptima para muitos Crenarqueotas varia entre os 75º C e os 105º C, podendo algumas espécies viver até 113º C (Pyrolobus fumarii), temperatura ambiente mais elevada até agora registada para um ser vivo. Diversas espécies adaptaram-se também a ambientes extremamente ácidos (pH entre 1 e 2). A maioria das espécies mais conhecidas vive, assim, em ambientes marinhos ou terrestres situados em zonas vulcânicas, tal como chaminés submarinas e nascentes hidrotermais.
     No entanto, tem vindo a ser detectada a presença de Crenarqueotas em análises correntes de águas oceânicas, de águas doces e de solos, o que leva a supor que este grupo está bem mais amplamente distribuído, nomeadamente em ambientes de temperatura e acidez média ou baixa. É o caso de Nitrosopumilus maritimus, isolado em 2005 a partir de um aquário de água salgada a 28º C.


Bibliografia: “Crenarchaeota” (htttp.//en.wikipedia.org); “Crenarchaeota” (http://tolweb.org). 
Foto: D. Janckovik and W. Zillig (http://web.pdx.edu).